Editorial

Nas conversas dos antigos o Pontão das Vinhas, é descrito como o sítio, de onde saia o belo néctar báquico. Hoje do sítio resta o nome, a vinha há muito que foi arrancada. Nesta Terra de apreciadores do precioso liquido, este sitio, obra de um grupo de carolas, transporta para a rede o espírito de uma vila milenar, outrora berço de grandes “pomadas” e episódios marcantes na História de Portugal.
Este espaço pretende ser um ponto de encontro de veirenses (e não só), acima das diferenças politicas, futebolísticas, de cor, credo, ou género. Um Sitio para os amantes do vinho, sem pedantices, ou preciosismos técnicos, onde todos são bem vindos.
Todos os produtores que queiram ver uma prova dos seus vinhos, contacte com: pontaodasvinhas@gmail.com
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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Segunda Prova às Cegas II




















Este ano por sugestão do Paulo Caldeira, com a colaboração do Adélio Cunha, a prova foi mesmo completamente às cegas, ninguém sabia que vinho estava a provar, nem quem era o portador de tal néctar. Um modelo de prova que deve permanecer para as próximas, pois tornou o evento muito mais enriquecedor.
Posto isto vamos aos néctares. Primeiro há que referir que houve algumas grandes surpresas, vinhos injustiçados e outros acima do que seria de esperar. Por outro lado à semelhança da primeira prova, não vou pontuar os néctares, ficando-me por umas notas de prova mais telegráficas, procurando sintetizar as opiniões do grupo.

Quinta do Mouro Rótulo Dourado Alentejo 2006 - Levado pelo Paulo Caldeira. Foi o vinho mais injustiçado da noite. Há três semanas deu-me um tremendo prazer no Encontro com o Vinhos e Sabores. Na prova pareceu-me um bom vinho muito fresco e jovem, a precisar ainda de garrafa, taninos respigados ainda, com uma longa vida pela frente na garrafa. Em algumas fases da prova, pareceu-me mais um Dão que um Alentejo. Um belo vinho, mas não foi consensual.

Solar de Lobos Grande Escolha Alentejo 2008 - Levado pelo Luis Paínha. Côr muito carregada, aroma intenso, muita fruta madura na boca, bastante estruturado, complexo, alguma adstrigência, termina fresco, fino e elegante. Um dos grandes vinhos da noite sem dúvida.

Irony Merlot Napa Valley Califórnia 2008 - Levado pela minha pessoa. Cor bonita, interessante no nariz, taninos muito finos, adocicado, leve, apesar dos 14,5º um vinho diferente, agradável, mas curto na boca.

Callabriga Douro 2007 - Levado pelo Francisco Beirão. Muito carregado na côr, cheio de força, aroma intenso, fruta vermelha bem embrulhada na madeira, complexo e cheio de garra na boca, foi evoluindo durante a prova, sempre para melhor. Outro dos grandes vinhos da noite.

Quinta do Crasto Vinhas Velhas 2007 Douro - Levado pelo Helder Caldeira. Grande ataque no nariz, fruta, tosta, algum caramelo e uma elegância desconcertante, grande volume na prova de boca, jovem cheio de garra, acetinado, fruta de grande qualidade em casamento com classe e sofisticação. O vencedor da noite. Um vinhão!

Casa da Capela Reserva Castelão & Syrah 2007 Terras do Sado - Levado pelo Gabriel Perleques. Estranhamente floral no nariz, cheio encorpado e muito guloso na boca, carnudo, com um final agridoce, num registo Novo Mundo. Um bom vinho.

Phebus Malbec 2008 Argentina - Levado pelo António Caldeira. Cor carregada, o registo olfactivo a apontar claramente para o Novo Mundo, confirmando-se na boca, redondo, encorpado, adocicado e acetinado. Um tinto que proporciona uma prova muito agradável e pede uma carne grelhada por perto.

Quinta do Mouro 2006 Alentejo - Levado pelo Duarte Silva. Cor carregada. O nariz inicialmente fechado, abre em notas de cola e tosta. Na boca está um belo tinto, fruta e taninos finos num primeiro momento, evoluindo para um registo mais complexo, num perfil alentejano. Um belo tinto.

Terra de Zambujeiro 2006 Alentejo - Levado pelo Zé Eduardo Pereira. Outrora um vinho potente, fez uma excelente evolução. Nariz muito alentejano, suave, alicorado, intenso. Marca uma grande presença na prova de boca. Ameixas em calda, alicorado, intenso e clássico. Uma delicia.

Vinho Surpresa - Altas Quintas 2004 Alentejo - Levado pelo António Caldeira. O portador do néctar antes de o servir , lançou a questão aos presentes: "Será que os vinhos alentejanos conseguem evoluir com nível?" A resposta não podia ser mais afirmativa. Muito interessante, jovem ainda na côr. Cheira a Alentejo e dá-nos uma boca suave, elegante e fina. Bela malha!

Porto d´Alva LBV 2005 - Levado pelos manos Caldeira (Helder e Paulo) Excelente relação preço qualidade. Jovem fino e assente na fruta. Deu um grande prazer à mesa. Foi literalmente "sugado" em minutos.

Mas como a malta não estava satisfeita, ainda se beberam duas garrafas de Herdade das Servas Escolha tinto, para tapar os grelhados, que aterraram na mesa.

Mais uma grande noite enófila. Amizade convívio e boa conversa à volta do Vinho. Que venha a próxima.

2 comentários:

Hélder Caldeira disse...

Caro amigo belo Post!
Só uma correcção o vinho do Zé Eduardo o Zambujeiro não é de 2006 mas sim de 2003, no entanto confirma com ele!
Bela prova, sim senhor, a primeira prova acho que quantitativamente teve melhores vinhos (vinhos mais caros), no entanto não sei se qualitativamente foi melhor, foram certamente diferentes por tudo, desde logo pela envolvência e pelo local. Para repetir no próximo ano sem dúvida. Sugeria reservarmos 1 dia em Novembro especificamente para o efeito, que dizem? O Janeiro tembém pode ser um mês interessante, pois é longo e sem grande interesse, se bem que temos a ressaca do Ano novo e do natal. Enfim a estudar!
Grande abraço para ti e para todos os seguidores deste blog.

José Maria Paínha disse...

Amigo Helder.

Foi sem dúvida uma bela prova! A repetir e a marcar uma data fixa, seria no fim de semana próximo do são Martinho. nada mais a propósito. Gostei bastante desta prova sem dúvida, além disso aquela ideia do teu irmão trouxe outro frisson à prova.
Para janeiro podiamos marcar qualquer coisa, temos de falar depois.

Forte abraço