Editorial

Nas conversas dos antigos o Pontão das Vinhas, é descrito como o sítio, de onde saia o belo néctar báquico. Hoje do sítio resta o nome, a vinha há muito que foi arrancada. Nesta Terra de apreciadores do precioso liquido, este sitio, obra de um grupo de carolas, transporta para a rede o espírito de uma vila milenar, outrora berço de grandes “pomadas” e episódios marcantes na História de Portugal.
Este espaço pretende ser um ponto de encontro de veirenses (e não só), acima das diferenças politicas, futebolísticas, de cor, credo, ou género. Um Sitio para os amantes do vinho, sem pedantices, ou preciosismos técnicos, onde todos são bem vindos.
Todos os produtores que queiram ver uma prova dos seus vinhos, contacte com: pontaodasvinhas@gmail.com
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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Prova à Quinta - Borba Reserva 2005 (rótulo de cortiça)






Região: Alentejo DOC

Produtor: Adega Cooperativa de Borba.

Castas: Aragonês, Trincadeira, Alicante Bouschet, Castelão.

Alc: 13,5º

Preço: 9€

Nota de Prova: 16,5.

Esta prova vem na sequência do desafio que o Copo de 3 lançou aos enófilos, na semana passada. O objectivo é provar e postar um tinto clássico de uma região portuguesa e obviamente a minha escolha foi este Borba Reserva 2005, pelas seguintes razões:
1- Uma imagem de qualidade com mais de 45 anos que granjeou gerações de seguidores;
2- As castas utilizadas são as tradicionais do Alentejo "autêntico" sem tourigas, cabernets, syrah's ou outras coisas exóticas;
3- O perfil do vinho. Abrir uma garrafa de rótulo de cortiça é sempre uma viagem ao passado, ao Alentejo dos anos 60, 70, à autenticidade e carácter dos nossos néctares.

O vinho apresentou uma cor rubi, com algumas nuances acastanhadas. No nariz, muito agradável, fruta, alguma passa, balsâmicos, madeira. Na boca mostrou-se um tinto cálido e envolvente, taninos finos, muito fresco, boa acidez e os apontamentos balsâmicos no final, cheio de carácter. Acompanhou com grande dignidade um assado de borrego no forno, durante um jantar de família.

Um tinto que sem dúvida define o perfil clássico de uma região.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Perescuma Nº1 Reserva 2007






Região: Alentejo. Vinho Regional.

Produtor: Sociedade Agrícola de Perescuma.

Castas: Aragonês, Cabernet Sauvignon, Syrah e Touriga Nacional.

Alc: 13,5º

Preço: 13€

Nota de Prova: 16,5


Antes de provar este Perescuma, tinha uma expectativa elevada, que entretanto saiu meio defraudada: Continuo a dar o beneficio da dúvida a este vinho. Teriam sido os copos? não esteve aberto tempo suficiente? a temperatura seria correcta? Enfim uma série de interrogações, que se desvanecerão se houver hipótese de repetir a prova.
O vinho apresentou-se com uma cor muito bonita. O aroma elegante, perfumado, delicado. Na boca é um vinho muito bem feito, assente na fruta, boa acidez, elegante e sofisticado, com bom final de boca. Um belo vinho alentejano, no entanto fiquei com a sensação que ainda falta algo para ser um grande vinho.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Esporão Reserva 2006





Regiâo: Alentejo DOC.

Produtor: Finagra.

Castas: Aragonês, Trincadeira e Cabernet Sauvignon.

Alc: 14,5º

Preço: 14€

Nota de prova: 16,5

Um clássico do Alentejo. Anos e anos de consistência qualitativa, fazem do Esporão reserva uma aposta sempre segura, numa gama média alta. Um vinho que apesar das variações de ano, mantém o seu belo perfil.
Carregado na côr, um aroma bem assente na fruta, madeira discreta, notas de pimento a darem garra. Na boca um vinho sólido, fruta de boa qualidade, taninos correctos, muito guloso, final fresco e apimentado.
È um daqueles tintos com lugar cativo na garrafeira, capaz de grandes desempenhos à mesa.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Montes Claros Reserva 1993






Região: Alentejo V.Q.P.R.D

Castas N/D

Alc: 12,5º

Preço: 7€ em restaurante!!

Nota de Prova: 18



Recentemente neste fórum, trocava impressões com o amigo Hélder Caldeira, sobre a capacidade de evolução e envelhecimento dos vinhos do Alentejo, comparados com os do Dão e do Douro. E é um facto que o Alentejo de hoje produz vinhos de grande qualidade, de agrado imediato, que dão muito prazer a beber, mas que não evoluem de forma tão nobre como os das outras citadas regiões, excepção feita a ícones como o Mouchão ou a topos de gama, como um Marquês de Borba Reserva.
O vinho que vos trago hoje, faz parte da outra história do Alentejo, antes da viragem ao estilo novo Mundo (e não me canso de repetir ainda bem que a fez, a região ganhou com isso, um Alentejo dos vinhos antigos, feitos para durar, esperar pacientemente na garrafeira, por uma ocasião especial. Além disto 1993 ano deste reserva, é o inicio da viragem na orientação da agricultura portuguesa, a reforma da PAC tinha-se iniciado em 1992 e com ela uma série de alterações que conduziram ao Alentejo de hoje.

Quanto ao vinho. Começo por dizer que foi um achado. A 7€ numa promoção de vinhos velhos, no restaurante Sever em Marvão. Bebido num fim de tarde / noite do verão passado, na parte exterior do restaurante, à beira do rio que lhe dá o nome.
Este nobre vinho, apresentou uma côr com ligeira evolução, pouco carregada. No nariz algum couro, aromas animais de inicio e uma fruta agradável, suave e perfumada. Na boca, cereja madura, ligeiros alicorados, muito fresco, elegante, confitado, acidez correcta, final especiado. No ponto!!


Nesta noite fomos sete à mesa e a primeira garrafa, foi pedida com algum receio do vinho não estar nas melhores condições, tanto que me responsabilizei pelo pagamento da garrafa, se o conteúdo fosse imbebível. A primeira botelha foi decantada e bebida gota a gota, esperando pela segunda, encomendada depois do primeiro trago e que ainda estava melhor.
Volvidos quatro meses voltei ao Sever, procurei desde logo por esta relíquia, não constava na lista. Desilusão. Perguntei ao empregado se já não havia Montes Claros de 1993 de resposta contou-me a história de um cliente que veio jantar no final do verão passado, e olhando para a lista pediu o dito néctar, quando terminou dirigiu-se-lhe e perguntou quantas garrafas tinham ainda daquele vinho, ao que foi informado que ainda descansavam seis caixas. Resposta do cliente: "pois bem! eu compro todas!"
Se arrependimento matasse....


sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Quinta da Garrida 2007






Região: Dão DOC.

Produtor: Aliança Vinhos de Portugal.

Castas: Touriga Nacional e Tinta Roriz.

Alc: 14º

Preço: 2,74€ em promoção no E. Leclerc de Portalegre. RPQ imbatível.


Nota de Prova: 16


Uma das melhore referências do Dão, em termos de consistência, e relação preço/qualidade. È destes vinhos que a região precisa para se afirmar. Sou um "fã" deste Quinta da Garrida, há cerca de 3 anos comprei 8 garrafas de 2004 a um preço bombástico (1,99€) das quais ainda guardo duas e a última que foi aberta há um ano, estava numa forma invejável.
A côr deste vinho apresenta-se carregada e brilhante. No nariz é um tinto muito assente na fruta, intenso, notas florais, barrica discreta a dar mais complexidade. Na boca é um tinto generoso, corpo sólido, quente, ligeiramente picante, termina especiado e fumado. Um tinto altamente recomendado, que fica bem em qualquer garrafeira.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Rovisco Garcia Reserva 2007






Região: Alentejo, Vinho Regional.

Produtor: Herdade do Monte Novo e Conqueiro.

Castas: Aragonês e Syrah.

Alc: 14º

Preço: +,- 7€

Nota de prova: 16


Mais um novo produtor alentejano, este da zona mais oeste do concelho de Avis.
O vinho apresentou uma cor carregada e um nariz que se insere no mainstream daquilo que hoje se faz e muito bem (ao contrário do que alguns pensam e escrevem) no Alentejo, muito novo Mundo, impositivo, fruta vermelha, balsâmicos. Na boca confirma esse registo, acompanhado por uma agradável acidez a dar frescura ao vinho, que termina agradável e bastante guloso.