Editorial

Nas conversas dos antigos o Pontão das Vinhas, é descrito como o sítio, de onde saia o belo néctar báquico. Hoje do sítio resta o nome, a vinha há muito que foi arrancada. Nesta Terra de apreciadores do precioso liquido, este sitio, obra de um grupo de carolas, transporta para a rede o espírito de uma vila milenar, outrora berço de grandes “pomadas” e episódios marcantes na História de Portugal.
Este espaço pretende ser um ponto de encontro de veirenses (e não só), acima das diferenças politicas, futebolísticas, de cor, credo, ou género. Um Sitio para os amantes do vinho, sem pedantices, ou preciosismos técnicos, onde todos são bem vindos.
Todos os produtores que queiram ver uma prova dos seus vinhos, contacte com: pontaodasvinhas@gmail.com
Myspace Layouts

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Conventual Tinto Reserva 2005

Região: Alentejo (Portalegre) Vinho Regional

Produtor: Adega Cooperativa de Portalegre

Castas: Trincadeira, Aragonês e Alicante Bouschet

Alc: 14º

Preço: 6,80€

Nota da prova: 16


Mais uma boa RPQ. Este Conventual Reserva tinto, está a fazer regressar a Adega Cooperativa de Portalegre a um caminho de consistência qualitativa, que para bem da empresa e dos consumidores esperemos que dure muitos anos.
Uma côr carregada, um aroma maduro a frutos pretos. Na boca surge-nos um tinto complexo, confirmando o perfil da fruta preta, seco, austero e com alguma mineralidade, a madeira está bem discreta e a acidez apresenta-se correcta. Ternina volumoso e com complexidade.

PS: Mais um bom vinho do Norte Alentejano, que acompanhou na perfeição umas belas migas de batata com entrecosto de porco preto.... uma delicia

Dona Ermelinda Reserva 2004


Região: Palmela DOC

Produtor: Casa Ermelinda Freitas

Castas: Castelão, Touriga Nacional, Trincadeira, Cabernet Sauvignon

Alc: 14,5º

Preço: 7,50 €

Nota de Prova:; 16,5


Mais uma excelente Relação Preço/Qualidade (RPQ). Uma côr muito carregada, desvenda-nos um aroma a fruta vermelha, com algum balsâmico e baunilha. Na boca surge-nos inicialmente algo duro, mas depois vai abrindo em gulosas notas de fruta vermelha, com a madeira discreta e bem integrada, algum balsâmico e a acidez no ponto a amparar o corpo e o alcoól. È um vinho impositivo, concentrado, encorpado, terminando a prova em grande nível a dizer-nos que por este preço está apto para grandes desempenhos.
Um néctar que aconselho a todos os seguidores e leitores do Pontão, especialmente aos adeptos de vinhos encorpados.

Um abraço e boas provas

domingo, 28 de junho de 2009

Borba VQPRD 1998


Região: Alentejo (Borba) V.Q.P.R.D

Produtor: Adega Cooperativa de Borba

Castas: Tricadeira, Aragonês e Castelão

Alc: 12,5º

Preço ? (oferta do amigo Alfredo)´

Nota de Prova: 16

A segunda surpresa da tarde.
Este vinho é um marco na história da região, pois corresponde ao despertar do Alentejo, depois de ser demarcado como região vinica, lançando-se à conquista do mercado nacional, do qual hoje tem uma esmagadora quota de 42%. Este VQPRD catapultou a Adega Cooperativa de Borba, tornando-se uma referência. Milhões de portugueses, brindaram e deleitaram-se com este néctar.

O Alfredo, trouxe o vinho para a mesa já decantado, escondendo a garrafa, para deixar os convivas à "nora" pois não sabiamos o que estávamos a beber. A côr denotava já alguma evolução, no aroma algum couro e notas animais. Na boca uma agradável surpresa. Macio aveludado, delicado e com alguma elegância, algumas notas alicoradas marcavam o final, que nos deixou uma agradável persistência.
Depois de revelada a sua identidade, ficámos com mais uma prova de que os Alentejanos sabem evoluir com muita dignidade, desde que bem conservados. Este Borba com 11 anos demonstrou isso mesmo, basta seguir os sábios conselhos do amigo Alfredo, para certas garrafas: "conservem-nas bem e esqueçam-se delas"

Um abraço e boas provas.

Abreu Callado Reserva 2008


Região: Alentejo (Benavila, Avis) vinho regional

Produtor: Fundação Abreu Callado

Castas: Touriga Nacional, Aragonês e Alicante Bouschet

Alc: 14º

Preço: ? (oferta do amigo Alfredo)

Nota da prova: 15,5

Esta foi a primeira surpresa que o amigo Alfredo nos reservou. Outrora a Fundação Abreu Callado, ganhou fama com os seus vinhos, especialmente os tintos. Depois de algumas décadas de declinio, uma nova orientação de gestão está apostada em devolver a esta instituição o lugar, que merece, como uma das referências do Alentejo clássico.
Este Resrva 2008 surgiu-nos muito carregado na côr, com um aroma inicialmente fechado, mas onde se destaca o perfil floral, tipico da Touriga Nacional. Na boca apresenta-se bem encorpado, com taninos respigados, a prometerem mais 3 ou 4 anos de boa saúde na garrafeira, a boa acidez que apresenta torna-o um vinho equilibrado, suportando o alcoól. Mas como não há bela sem senão, este a Touriga Nacional acaba por marcar excessivamente o vinho, com o registo floral, bastante presente na boca.
Eu não sou dos fanáticos da Touriga Nacional, acho que pode compor os lotes, dando-lhe elegância, mas que quando marca em demasia, ou a solo torna-se uma casta enjoativa. Em termos de castas nacionais, não troco um bom Castelão de Palmela, ou um Alicante Bouschet alentejano, pela moda da Touriga. Nos lotes alentejanos, além da triologia sagrada: Aragonês, Trincadeira e Alicante Bouschet, além da Touriga, há outras castas que podem dar mais alma aos nossos vinhos, como a Syrah, ou o Alfrocheiro.

Yellow Tail Shiraz 2007

Pais/Região: Austrália

Produtor: Casella Wines

Castas: Syrah

Alc: 13,5º

Preço: 6,90€

Onde comprar: Carrefour Badajoz

Nota prova: 15

Chegou à reunião de editores para ser eleito vinho do mês, mas acabou derrotado pelo irmão Merlot. Este vinho do Novo Mundo apresenta-se com uma cor pouco carregada, um aroma marcado pela fruta e algum quimico. Na boca revela-se um vinho guloso, confirmando o perfil aromático, mediano de corpo, cerejas e groselhas, com as notas quimicas. Um vinho simpático e correcto, bom companheiro do dia a dia. Uma novidade a experimentar, no entanto por cerca de metade do preço temos no nosso Alentejo tintos com perfil seelhante e de qualidade superior.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Uma tarde bem passada




Pois é caros amigos, o Pontão tem andado um pouco apagado. Já se sabe como é antes da malta ir de férias há que deixar tudo em ordem e o tempo vai faltando para postar alguns conteúdos.
Bem lamúrias à parte, venho dar-vos conta daquela magnífica tarde de 7 de Junho, onde em reunião de editores, escolhemos o vinho do mês. como já foi escrito a escolha seria entre dois Yellow Tail o Shiraz e o Merlot, ambos de 2007. Para compor mais ainda a coisa o amigo Alfredo ofereceu uma Abreu Callado Reserva 2008, e um alentejano de idade respeitável mas que se portou muito bem



O amigo Alfredo esteve ao seu melhor nível, preparando-nos o "reservado" com aprumo onde foram desfilando os queijinhos de ovelha, o chouriço de porco preto, o toucinho de porco preto, cortado em fatias finissimas, com alho (uma iguaria que eu acho divina, um verdadeiro produto gourmet Alentejano), os famosos grãos com carne e para os mais "exóticos" umas barrigas de atum em azeite.


Além dos editores do Pontão, e do anfitrião estiveram como convidados os amigos Carlos Painha e Domingos Cunha. À volta da mesa, dos vinhos e dos petiscos, as conversas foram como as cerejas, o tempo foi voando e no fim da tarde aquela sensação de um bocado muito bem passado, entre amigos, com a cumplicidade de boas pingas, a lembrar-nos que o vinho foi feito para se beber em boa companhia, construindo os momentos, a memória e a história de cada um.
No final a despedida foi rematada com aquela velha máxima: "é o que a gente de cá leva"

Um Abraço e boas provas

PS: O Pontão agradece a dedicação e o pormenor com que o Alfredo preparou esta tarde. Mais virão...


quinta-feira, 11 de junho de 2009

QUINTA do CARMO 1992


REGIÃO: Alentejo (Estremoz)

PRODUTOR: Sociedade Agrícola da Quinta do Carmo

CASTAS: Aragonez, Alicante Bouschet, Trincadeira e Periquita

TEOR ALCOÓLICO: 13% Vol

PREÇO: ?

NOTA DE PROVA: 18 (0 a 20)

Domingo, 12 de Abril do ano do Senhor de 2009 (já foi há quase dois meses, mas só agora tive oportunidade de escrever este post)


Prometia ser um daqueles jantares em casa da namorada em que, pela conjuntura (domingo de Páscoa; noite de sábado bem bebida e segunda-feira de S. Pateira à porta), a bebida iria ser o bom do JOI... E até começou por ser (2 copos)!

Heis quando aparece este Quinta do Carmo 1992 (ano marcante para a casa pois foi quando se iniciou, a agora já extinta, colaboração entre Júlio Bastos e a "Domaines Barons de Rothschild (Lafite)".

Confesso que as minhas expectativas eram muito baixas.
Graças à minha grande ignorância vínica, achava que este vinho já seria mais um Porto rasca do que um Tinto de qualidade!
Nada mais longe da verdade..
Aprendi nesse dia que, nos grandes vinhos (tal como em tantas outras coisas...) a "experiência" conta muito, fazendo da idade um posto!

O vinho não estava à temperatura ideal e tivemos que esperar um pouco por ele.
Foi decantado com todo o cuidado pois, como é óbvio, já mostrava alguns sinais da sua idade (acento).
E portou-se assim:

À vista: cor rubi ligeiramente acastanhada (outra marca da sua idade);

Ao olfacto: um aroma intenso a fruta madura e madeira. Nota-se também um leve aroma a especiarias;

Ao tacto: estragar este vinho nas mãos seria, de facto, falta de tacto...

Ao paladar: já colocaram veludo na boca? Não? Eu também não, mas posso dizer-vos (da mesma maneira que nunca ninguém comeu papéis de música e todos sabemos o que é ter a boca a saber aos mesmos), este vinho não é aveludado! É veludo da melhor qualidade...

Ao ouvido: um grande HUM! de puro prazer após ser bebido.

Conclusão: Uma relíquia, do melhor que já tive oportunidade de beber! Um vinho BRUTAL, que nos recorda, com nostalgia, a velha Quinta do Carmo...

Despeço-me com amizade e até ao próximo comentário.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Yellow Tail Merlot 2007




País/Região: Austrália

Produtor: Casella Wines

Castas: Merlot

Alc: 13,5º

Preço: 6,90€

Onde comprar: Carrefour Badajoz

Nota da prova: 15,5


Finalmente mais um vinho do mês e este provado em reunião de editores do Pontão.
Inicialmente a equipa estava mais inclinada para o "irmão" Shiraz mas depois de prova atenta a escolha recaiu por maioria no Merlot.
Apresenta uma cor medianamente carregada, um aroma com boas notas de fruta vermelha. Na boca apresenta-se com corpo médio, alguma complexidade, taninos suaves e um final relativamente longo e adocicado. Uma boa companhia para o dia a dia. Um "aussie" de combate.

A minha história pessoal com este vinho remonta ao ano de 2006 quando o meu irmão Luis Painha esteve 6 meses em formação profissional, em Nurembrega. Português e Alentejano, apreciador de um bom tinto, estando em terra de cerveja, teve algumas dificuldades em acertar com um néctar que o satisfizesse, inclinando-se para os vinhos do Novo Mundo disponíveis nas prateleiras dos supermercados. Ai surgiu o Yellow Tail nas variedades Shiraz, Merlot e Cabernet Sauvignon.
Após o seu regresso e numa tarde de compras em Badajoz, olhando para a garrafeira do Carrefour eis quando para sua surpresa, encontra garrafas de Yellow Tail, trazendo algumas para o dar a conhecer aos irmãos em jantar de familia.
Cedo ficámos conquistados por este tipo de vinhos então mais concentrados e com mais álcool (em 2006 o Merlot, tinha uns respeitávies 14,5º) desde ai tem sido um prazer que se renova o beber estes néctares do outro lado do Mundo.

Desde já um abraço e um agradecimento do Pontão ao "Nix" por nos ter dado a conhecer o Yellow Tail

Um Abraço e boas provas.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Altano Reserva 2004




Região: Douro DOC

Produtor: Symington Family Estates

Castas: Touriga Franca e Touriga Nacional

Alc: 14º

Preço: à volta 9€

Nota da Prova: 14


Uma côr ligeiramente carregada, no nariz sobressai a fruta vermelha e algum floral tipico da T Nacional. Na boca notas de fruta madura, ginja, alguma madeira. O álcool sobressai em demasia, faltando corpo e alguma frescura, termina com ligeiro ardor.
Um vinho um pouco decepcionante em relação ao preço, diferindo do colheita do mesmo ano que é um vinho bastante honesto e guloso.


Adega de Pegões branco Colheita Seleccionada 2007



Região: Regional Terras do Sado

Produtor: Adega Cooperativa de Pegões

Castas: Arinto, Chardonay e Antão Vaz

Alc: 13º

Preço: - 3€

Nota da Prova: 16


Uma cor pouco carregada, luminosa, com nuances de palha. No nariz citrinos, algum fruto tropical. Na boca, fruta de muito boa qualidade, citrinos e tropicais, algum mineral e ligeiramente untouso, termina fresco e elegante.
Para o preço é um grande branco 3€ com esta qualidade é obra!
Experimentem e vão ver que não se arrependem, acompanha bem um peixinho ou uma boa petiscada de fim de tarde em dias de Verão.
Onde encontrar? Pingo Doce ou Feira Nova

Este vinho é mais uma prova da qualidade que as adegas cooperativas do Sul de Portugal oferecem, em contraste com a qualidade inferior das cooperativas do Centro e Norte.
Na Adega Cooperativa de Pegões podemos encontrar boas relações preço/qualidade: Este branco, o colheita seleccionada tinto (já aqui postado) ou os monocastas tintos dos quais destaco o Cabernet Sauvignon, ou o Syrah

PS: A colheita de 2008 está tão boa ou melhor ainda!

Abraço e boas provas