Editorial

Nas conversas dos antigos o Pontão das Vinhas, é descrito como o sítio, de onde saia o belo néctar báquico. Hoje do sítio resta o nome, a vinha há muito que foi arrancada. Nesta Terra de apreciadores do precioso liquido, este sitio, obra de um grupo de carolas, transporta para a rede o espírito de uma vila milenar, outrora berço de grandes “pomadas” e episódios marcantes na História de Portugal.
Este espaço pretende ser um ponto de encontro de veirenses (e não só), acima das diferenças politicas, futebolísticas, de cor, credo, ou género. Um Sitio para os amantes do vinho, sem pedantices, ou preciosismos técnicos, onde todos são bem vindos.
Todos os produtores que queiram ver uma prova dos seus vinhos, contacte com: pontaodasvinhas@gmail.com
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quarta-feira, 29 de abril de 2009

Herdade Porto da Bouga Reserva 2007

Região Alentejo (Alegrete / Portalegre)

Produtor: Porto da Bouga Vinhos Lda

Castas: Trincadeira; Aragonês; Alicante Bouschet; Syrah e Touriga Nacional

Alc: 13,5º

Preço: 4,99€

Nota de Prova: 15,5 /16




Eis o vinho do mês!

Depois de conversa entre os editores do Pontão resolvemos consagrar este néctar da Serra de S. Mamede. Referência em termos de consistência e relação preço qualidade é um vinho que desde as primeiras colheitas (a de 2001 é memorável) se tornou uma marca presente no panorama vínico do Alto Alentejo.

Modernizou-se desde colheita de 2006, com a introdução da Syrah e da Touriga Nacional, tornando-o menos "rijo" e mais acessivel. Pessoalmente continuo a ser um fã dos antigos Porto da Bouga, um pouco mais rústicos, feitos à base da triologia Trincadeira, Aragonês e Alicante Bouschet. Plenos de carácter Alentejano, espelhando da melhor forma o terroir de S. Mamede. Por isso guardo religiosamente um Porto da Bouga Garrafeira 2004 (que custa sensivelmente o dobro do reserva) a qual espero vir a degustar com a graça de Deus numa ocasião especial.



A Prova

Côr carregada com laivos violeta. Presença forte no nariz com muita fruta vermelha, na boca confirma-se a fruta de boa qualidade e em abundância, aliada a uns taninos bem presentes, que lhe poderão garantir alguma guarda. è um tinto guloso e extremamente gastronómico, para aqueles que gostam de vinhos que casem na perfeição com a cozinha do nosso Alentejo, sugeria fazendo jus á terra que o viu nascer, que o fizessem acompanhar de umas migas de batata com carne do alguidar frita



Bom apetite e boas provas



Um abraço a todos

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Encostas de Estremoz Reserva 2003



Já devem conhecer este vinho mas decidi postalo pela sua relação qualidade /preço. Encontrei esta pinga com o amigo Luis Painha no InterMarché de Évora pelo preço de 5,99 €. Tendo em conta que é um Reserva e também o preço que vimos em alguns sites da especialidade, considerámos que este vinho seria uma boa escolha.


Ao provar: O vinho tem estrutura, sabor a frutos silvestres e um leve toque
achocolatado.


Ficha Técnica
Produtor: Sociedade Agrícola da Lagarteira S.A.
Região: Alentejo – Sousel
Designação do Vinho: Regional Alentejano
Tinto: DJ Encostas de Estremoz Reserva
Data da Vindima: Setembro 2003
Castas
Touriga Nacional, Touriga Franca, Alicante Bouschet
Vinificação
Maceração pré-fermentativa: 6 dias a 6º C
Fermentação de 10 dias começando a 28 ºC e terminando a 20ºC
Maceração pós-fermentação: 30 dias a 20ºC

Estágio
Estágio de um ano em barricas novas de carvalho francês grão fino
e extrafino, e 10 meses na garrafa.
Boas Provas...

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Casa de Alegrete 2005

Vinho: Casa de Alegrete 2005 (T)

Região: Alentejo (Alegrete-Portalegre)

Produtor: João Torres Pereira

Grau alcoólico: 14%

Castas: Aragonês, Trincadeira, Alicante Bouschet

Preço: A rondar os 10€


Nota (0 a 20): 16






Já algum tempo que provei esta pomada.
Foi num almoço no “Solar do Forcado” (Portalegre), acompanhar uma bela espetada de touro bravo, que recomendo vivamente experimentarem este restaurante (Não achas Zé?)


Voltando ao vinho, para o grau alcoólico (14%) é um vinho suave, que com o tempo de abertura da garrafa vai melhorando, se for decantado talvez se torne ainda mais apetecível.
É um vinho “guloso”, pois a medida que os copos se sucedem, mais apetecível se torna.

Post Scriptum : Como não percebo muito de vinhos, mas gosto de beber bons vinhos, esta é a maneira que eu arranjei para analisar esta pomada, para perceberem melhor o que disse o melhor é prova-lo.


Boas provas

domingo, 19 de abril de 2009

CONVENTO da TOMINA 2007


REGIÃO: Alentejo (Zona de Moura)

PRODUTOR: Francisco Nunes Garcia

CASTAS: Aragonez, Alicante Bouschet, Trincadeira e Alfrocheiro

TEOR ALCOÓLICO: 14% Vol

PREÇO: 6,50 a 8 euros

NOTA DE PROVA: 14,5 (0 a 20)


Sábado, 11 de Abril do ano do Senhor de 2009 (Este comentário vem finalizar o tríptico sobre este dia).

O Convento da Tomina 2007 (vinho produzido pela casa Francisco Nunes Garcia) foi o terceiro vinho a "ser chamado ao palco" nessa noite...

No palco mostrou (inicialmente) algum nervosismo típico de quem não foi decantado!
Fez a sua apresentação de forma intensa na cor e no corpo.
À plateia chegavam aromas frutados, fruta essa que, na boca, casava bem com a madeira onde este actor fez escola.
O público estava agradado e o actor brindou-os com um final persistente e longo quanto baste...
Quanto baste para um encore mas não para ser a actuação da noite!

Finalizada a actuação, fica a pergunta: Foi uma boa performance do actor?
Foi.
Então porquê uma nota de 14,5?
A sua performance foi ofuscada porque, antes dele, actuou a estrela da companhia (Herdade dos Grous 2006).
Mas merece um encore noutra oportunidade...

Despeço-me com amizade e até ao próximo comentário.

Post Scriptum: Quando falei dos vinhos do produtor Francisco Nunes Garcia no meu primeiro post neste blog, omiti (inadvertidamente) um vinho desta casa. Trata-se do Amália Garcia (um vinho 100% Alicante Bouschet e que é dedicado à mãe do produtor), o qual ainda não provei mas que, segundo rezam as crónicas, é uma "bomba"...

Abraço e boas provas.


terça-feira, 14 de abril de 2009

HERDADE dos GROUS 2006

REGIÃO: Alentejo (Albernoa - Beja)

PRODUTOR: Herdade dos Grous

CASTAS: Aragonez, Syrah, Alicante Bouschet e Touriga Nacional

TEOR ALCOÓLICO: 14% Vol

PREÇO: 8 a 10 euros

NOTA DE PROVA: 16 (0 a 20)


Sábado, 11 de Abril do ano do Senhor de 2009

Tal como havia prometido no meu último post, venho dar-vos a conhecer o vinho da segunda prova desse jantar e que, tal como já tinha referido, foi o rei da noite.

O Herdade dos Grous 2006 é produzido na herdade homónima e trata-se do vinho de preço mais acessível da adega.

Falo em vinho de preço mais acessível porque, para um vinho desta qualidade, não faria sentido chamar-lhe "parente pobre" (como chamei ao Chaminé), ainda que se trate do vinho de gama baixa da adega.

A gama de vinhos desta casa conta ainda com o Herdade dos Grous Reserva (o topo de gama); o Herdade dos Grous 23 Barricas e o Herdade dos Grous Moon Harvest.

Este vinho foi a minha primeira prova desta casa e devo dizer que fiquei com vontade de provar todos eles...

É um vinho intenso, de cor e corpo, como deve ser um bom alentejano. Muito aroma a fruta no nariz, a qual não desilude na boca, pois mostra bom volume, o qual casa muito bem com o paladar a essa fruta que já nos satisfez o olfacto. Tivesse eu mais conhecimentos vinícos e arriscaria ainda dizer que estamos na presença de um vinho com um final longo (não interminável, mas longo...).

O objectivo deste post tripartido não era comparar os vinhos que foram provados. No entanto, tal comparação torna-se inevitável para qualificar este vinho.

Fazendo-lhe justiça, há que dizer que ridicularizou o primeiro (Chaminé 2005) e ofuscou o terceiro (posso adiantar que se trata do Convento da Tomina 2007).

Despeço-me com amizade e até ao próximo comentário.

Abraço e boas provas.

domingo, 12 de abril de 2009

CHAMINÉ 2005

REGIÃO: Alentejo (Vidigueira)

PRODUTOR: Casa Agrícola Cortes de Cima

CASTAS: Aragonez, Syrah, Trincadeira e Touriga Nacional

TEOR ALCOÓLICO: 14% Vol

PREÇO: 4 a 6 euros

NOTA DE PROVA: 13 (0 a 20)

Sábado, 11 de Abril do ano do Senhor de 2009 (este comentário será o primeiro de três relativos a este dia).

Para um jantar correr bem, espera-se boa companhia, boa comida e boa bebida (bom vinho, neste caso).

Boa companhia: Presente.

Boa comida: Presente.

Bom vinho: Presente, mas atrasado... Porquê? Porque a primeira prova da noite, este Chaminé 2005, não convenceu. O segundo vinho da noite (de que falarei noutro post) é que foi o rei da noite.

Quanto ao Chaminé 2005, trata-se de um vinho da Casa Agrícola Cortes de Cima, a mesma que produz o vinho Cortes de Cima, que o Mike comentou recentemente.
O Chaminé é o "parente pobre" desta adega que produz dois "monstros" (aqui deve ler-se: vinhos de extraordinária qualidade): Cortes de Cima Reserva e Incógnito.

O Chaminé 2005 é um vinho que denota pouca complexidade. Até tem uma aroma bastante frutado, só que essa fruta torna-se (na minha modesta opinião) demasiado àcida na boca.
Tem pouca cor (quando comparado no copo com o segundo vinho, é como dia e noite) e o corpo também deixa muito a desejar.

É um vinho para agradar, mas que deixará muito a desejar para os apreciadores que já tiverem provados outras pingas...

O meu conselho para quem quer provar os vinhos desta casa sem gastar muito (o Cortes de Cima Reserva e o Incógnito andam por volta de 50/60 euros): por mais uns euros, provem antes o Cortes de Cima.

Despeço-me com amizade e até ao próximo comentário.

Abraço e boas provas.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Cortes de Cima 2005


Região: Alentejo (Vidigueira)

Classificação: Vinho Regional Alentejano

Produtor: Casa Agrícola Cortes de Cima



Castas:
75% Syrah, 15% Aragonez (Tempranillo), 5% Touriga Nacional, 3% Cabernet S.

Alc: 14,5º

Preço: Varia entre os 9 e os 12€


Nota de Prova: Gostei 2 vezes

Como primeiro vinho postado escolhi esta pinga. Foi o vinho do "Dia de Feira", ou seja almoçarada familiar…


Sobre o vinho: Como gosto particularmente de Syrah gostei muito... O sabor a frutos vermelhos ajuda a não esquecer este vinho.

Espero que gostem (os que ainda não provaram) …

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Herdade das Barras 2004


Região: Alentejo (Vila Nova da Baronia)

Classificação: Vinho Regional Alentejano

Produtor: SAPOA

Castas: Alicante Bouchet, Syrah e Aragonês.

Alc: 14,5º

Preço: Bastante variável, já o vi entre os 8 e os 15€


Nota de Prova: 15,5

Cor bastante carregada, no nariz as notas tostadas e a baunilha são dominantes, tirando o protagonismo à fruta. Na prova de boca revela-se um vinho de perfil Novo Mundo, quente e doce, onde se nota bastante o trabalho da madeira num final pontuado pela baunilha e chocolate. Os 14,5º são impositivos faltando um pouco de frescura, que lhe daria outro gabarito



Post Scriptum: Talvez este vinho mereça outra oportunidade, ser provado a seguir à Herdade do Perdigão Reserva 2004, não foi fácil


Abraços, uma Santa Páscoa

Herdade Perdigão Reserva 2004








Região: Alentejo (Monforte)

Classificação: Vinho Regional Alentejano

Produtor: Herdade do Perdigão

Castas: Trincadeira, Aragonês e Cabernet Sauvignon

Alc: 15º

Preço: por volta dos 25€

Nota da Prova: 17,5





5 de Abril de 2009


Porque há dias assim... que são quase perfeitos, quando voltamos a acertar os ponteiros do relógio, para mais uma etapa no caminho, que desejamos longo e próspero.
Porque há momentos que devem ser celebrados com aqueles que amamos, há vinhos que se tornam especiais.



O Herdade Perdigão Reserva, já é uma referência nos topo de gama alentejanos, um vinho com um significado muito especial. A vinha do Perdigão nasceu do sonho dum grande Alentejano e um Senhor do Vinho, que deixou o mundo dos vivos em 2008 e que infelizmente nunca tive a oportunidade de conhecer Alfredo Saramago Santos.


Na década de 80 do sec XX no meio do frenesim trigueiro, Alfredo Santos, contra a corrente e as opiniões de "esquina", planta uma grande área de vinha, que para muitos era uma loucura... Os anos passaram a propriedade mudou de mãos várias vezes, produzindo sempre bons tintos. Hoje o Alentejo é lider nas vendas nacionais, a vinha mudou de forma radical a paisagem, a cultura empresarial e a forma de criar riqueza na região, pela mão de um conjunto de homens, que conseguiram ver mais além.


Porque o Alentejo, pode ser uma terra de oportunidades onde os sonhos se concretizam e porque sempre vale mais quem quer do que quem pode....




BEM VAMOS AO VINHO

Uma côr mais para o retinto, deslizando no copo, onde vai deixando uma lágrima. No nariz somos remetidos para aromas balsâmicos, alguns tostados e a fruta algo escondida.
Na boca temos a prova dos 9 de um grande vinho, sensações balsamicas, fruta de muito boa qualidade, bem integrada com a madeira, elegância e muita frescura, que nos faz esquecer que estamos a beber um vinho com 15º, termina de forma persistente e ligeiramente apimentado. Muito bom, foi a estrela do dia


Post Scriptum: Desculpem a extensão deste post, mas para um dia quase perfeito como o 5 de Abril, onde desde a manhã à noite os meus entes mais queridos, não pararam de me surpreender... tinha de ser

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Phebus Reserva 2005

Pais/Região: Argentina / Mendonza

Produtor: Fabre Montmayou Wines

Castas: Malbec

Alc: 14,5º

Preço: à volta dos 13€

Nota da Prova: 17


Este post é uma pequena provocação ao amigo Paulo Caldeira, visto que recentemente adquiriu o famoso Fabre Montmayou Gran Reserva de 2005 que joga numa divisão acima do Phebus.



Esta garrafa foi trazida pelo amigo António Caldeira, num respasto, no monte do amigo Domingos Cunha, tendo sido a estrela da noite.

Uma côr densa e um aroma inicialmente fechado, abrindo depois especiado e abauninlhado. Na boca a primeira impressão é a de um tinto algo fechado (há que considerar que não foi decantado), evoluindo depois para fruta de muito boa qualidade, algum cassis e especiaria.
Confesso que o mais impressionante deste Phebus são os seus taninos, bastante polidos, amparando na perfeição os 14,5º dando-lhe um final fino e sofisticado de grande persistência.


Enfim caros amigos para o preço vale a pena experimentar, é um vinho diferente daqueles que vamos provando, pena é que na nossa região seja dificil de encontrar.


Post Scriptum: Paulo se o Phebus tem esta qualidade imagina o Fabre Montmayou Gran Reserva que repousa na tua garrafeira

Abraços e até para a semana