Editorial

Nas conversas dos antigos o Pontão das Vinhas, é descrito como o sítio, de onde saia o belo néctar báquico. Hoje do sítio resta o nome, a vinha há muito que foi arrancada. Nesta Terra de apreciadores do precioso liquido, este sitio, obra de um grupo de carolas, transporta para a rede o espírito de uma vila milenar, outrora berço de grandes “pomadas” e episódios marcantes na História de Portugal.
Este espaço pretende ser um ponto de encontro de veirenses (e não só), acima das diferenças politicas, futebolísticas, de cor, credo, ou género. Um Sitio para os amantes do vinho, sem pedantices, ou preciosismos técnicos, onde todos são bem vindos.
Todos os produtores que queiram ver uma prova dos seus vinhos, contacte com: pontaodasvinhas@gmail.com
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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Montes Claros Reserva 1993






Região: Alentejo V.Q.P.R.D

Castas N/D

Alc: 12,5º

Preço: 7€ em restaurante!!

Nota de Prova: 18



Recentemente neste fórum, trocava impressões com o amigo Hélder Caldeira, sobre a capacidade de evolução e envelhecimento dos vinhos do Alentejo, comparados com os do Dão e do Douro. E é um facto que o Alentejo de hoje produz vinhos de grande qualidade, de agrado imediato, que dão muito prazer a beber, mas que não evoluem de forma tão nobre como os das outras citadas regiões, excepção feita a ícones como o Mouchão ou a topos de gama, como um Marquês de Borba Reserva.
O vinho que vos trago hoje, faz parte da outra história do Alentejo, antes da viragem ao estilo novo Mundo (e não me canso de repetir ainda bem que a fez, a região ganhou com isso, um Alentejo dos vinhos antigos, feitos para durar, esperar pacientemente na garrafeira, por uma ocasião especial. Além disto 1993 ano deste reserva, é o inicio da viragem na orientação da agricultura portuguesa, a reforma da PAC tinha-se iniciado em 1992 e com ela uma série de alterações que conduziram ao Alentejo de hoje.

Quanto ao vinho. Começo por dizer que foi um achado. A 7€ numa promoção de vinhos velhos, no restaurante Sever em Marvão. Bebido num fim de tarde / noite do verão passado, na parte exterior do restaurante, à beira do rio que lhe dá o nome.
Este nobre vinho, apresentou uma côr com ligeira evolução, pouco carregada. No nariz algum couro, aromas animais de inicio e uma fruta agradável, suave e perfumada. Na boca, cereja madura, ligeiros alicorados, muito fresco, elegante, confitado, acidez correcta, final especiado. No ponto!!


Nesta noite fomos sete à mesa e a primeira garrafa, foi pedida com algum receio do vinho não estar nas melhores condições, tanto que me responsabilizei pelo pagamento da garrafa, se o conteúdo fosse imbebível. A primeira botelha foi decantada e bebida gota a gota, esperando pela segunda, encomendada depois do primeiro trago e que ainda estava melhor.
Volvidos quatro meses voltei ao Sever, procurei desde logo por esta relíquia, não constava na lista. Desilusão. Perguntei ao empregado se já não havia Montes Claros de 1993 de resposta contou-me a história de um cliente que veio jantar no final do verão passado, e olhando para a lista pediu o dito néctar, quando terminou dirigiu-se-lhe e perguntou quantas garrafas tinham ainda daquele vinho, ao que foi informado que ainda descansavam seis caixas. Resposta do cliente: "pois bem! eu compro todas!"
Se arrependimento matasse....


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